quarta-feira, 11 de abril de 2012

Marcos 14:32-36 - O Jardim das Aflições Parte I

Série de Sermões em Marcos
Passagem: Marcos 14:32-36
Título: O Jardim das Aflições Parte I
Pregado na manhã de Domingo, do dia 08 de Abril de 2012,
na Igreja Reformada em Campinas Soli Deo Gloria, 
por Gustavo Barros
 
Versão em vídeo

Marcos 14:32-36  32 Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: "Sentem-se aqui enquanto vou orar". 33 Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a ficar aflito e angustiado. 34 E lhes disse: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem". 35 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se e orava para que, se possível, fosse afastada dele aquela hora. 36 E dizia: "Aba, Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres".

Introdução:
Não há ilustração alguma que faça jus ao que Jesus passou naquele jardim. Para aqueles momentos que antecederam a crucificação, não há ilustração para o que Jesus passou. Há algum tempo atrás, assisti um trailer sobre um homem que trabalhava numa ferrovia e preferiu a morte do seu filho ao invés da morte de toda a tribulação daquele trem. Porém, vejo essa comparação como sendo ridícula, pois ela ignora a coragem e a valentia de Jesus em caminhar em direção à cruz – Jesus não foi uma pobre vítima. O filme também ignora os sofrimentos de Jesus em tomar do cálice da ira de Deus.
O que estamos prestes a contemplar é algo que a nossa mente é incapaz de entender. Somos incapazes de entender, pois somos pecadores!
Sinto dificuldade e me sinto incapacitado para pregar sobre essas horas da vida de Jesus. Tenho medo de, por causa de minha carnalidade, tirar o foco dos momentos em que podemos ver o coração de Jesus mais claramente. Essa passagem, em minha opinião, é uma autopsia biográfica na qual a parte mais interna do coração de Jesus é arrancado e exposto para que possamos sentir ao máximo, o quanto é que possível para nós, a dor e a angustia que o nosso Salvador passou naquele jardim.
Faço minha as palavras de Spurgeon, “Chegamos assim até a porta do jardim do Getsêmani, portanto, entremos; porém, primeiro, tiremos os sapatos, como Moises quando viu a sarça ardendo com fogo que não se consumia. Certamente podemos dizer com Jacó: ‘Que terrível é esse lugar!’ Temo diante da tarefa que tenho em minha frente, pois, como meu débil discurso poderia descrever essas agonias, para as quais os fortes clamores e as lágrimas seriam escassamente uma adequada expressão? Quero, juntamente com vocês, repassar os sofrimentos de nosso Redentor, porém, oh, que o Espírito de Deus nos impeça qualquer pensamento fora de lugar ou que nossa língua expresse uma só palavra que seja depreciativa para Ele, seja em Sua humanidade imaculada ou em sua gloriosa Deidade.(Charles Spurgeon, A Agonia no Getsêmani -1º sermão especial de Páscoa)

Esse é um texto para que os cristãos olhem, leiam, escutem, chorem, e se prostrem diante desse magnífico Salvador. Contemplemos: 1 – a santidade de Jesus; 2 – o desespero de estar afastado da presença do Pai; 3 – o silêncio do Pai mostrando seu amor pela Sua própria glória em nossa salvação; 4 – quão terrível e horroroso é o nosso pecado.


Contextualização:
Após a refeição e interpretação da ceia da Páscoa, Jesus partiu com Seus discípulos para o Monte das Oliveiras (v.26) – é no caminho para esse lugar que Jesus prometeu que todos os Onze iriam abandoná-Lo (v.27). Eles contestaram e declararam fidelidade até o fim (v.31). Esses momentos (14:32-42) que antecedem a prisão e o julgamento de Jesus são de extrema importância. São esses momentos no Getsêmani que irão nos permitir entender o que será desvendado no decorrer dessa trama.
A cena no Getsêmani é um estudo da fraqueza do homem, até mesmo da fraqueza dos discípulos mais confiáveis. Mas isso é apenas a parte superficial da trama. O grande foco está no próprio Jesus, e mais especificamente no relacionamento entre Ele e o Pai.(R.T. Frace, TNIGTC –The Gospel of Mark, Eerdmans, pg 580)   
É nesse jardim que nós contemplamos a seriedade e a severidade dos nossos pecados. É nesse jardim que nós contemplamos a santidade de Jesus.

Divisão do Estudo:
i – o jardim das aflições (VS.32-34)
II – A oração de jesus (VS.35-36)

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