terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Credo Apostólico - Introdução

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Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
I – O QUE É UM CREDO
II – A ORIGEM DOS CREDOS
III – A AUTORIDADE DOS CREDOS
IV– VALOR E PROPÓSITO DOS CREDOS
V – O CREDO APOSTÓLICO
VI – O CONTEÚDO DO CREDO APOSTÓLICO
I – O QUE É UM CREDO:
O credo é uma confissão de fé para uso público. Credos são profissões de fé de extrema importância para o bem estar da igreja.
NOMES DIFERENTES:
CREDO = do latim, significa "Eu creio".

REGRA DE FÉ = também conhecido como regula fidei. Usado pelos pais Ante-Nicenos (Irineu, Tertuliano, etc.)

SÍMBOLO = “Foi usado principalmente para o Credo Apostólico como a confissão batismal com a qual os cristãos podiam ser conhecidos e distinguidos dos judeus, pagãos e hereges, tinha o sentido de um sinal militar; o cristão era considerado como um soldado de Cristo, lutando sob a bandeira da cruz.” (Philip Schaff, The Creeds of the Christendom, Baker, Vol I, pg 3)
* Os credos podiam ser pequenos e simples – para uso na confissão durante o batismo e no ensino – assim como mais longos e bem elaborados.
II – A ORIGEM DOS CREDOS:
A confissão do que alguém crê sempre existiu.
Até mesmo quem diz, “Nós não temos e não asseguramos nenhum credo!”, já está criando um credo. Um credo que diz, “Não temos credo!”.
Qualquer um que tem a capacidade de crer em algo tem, por consequência, um credo.
Credo, ergo confiteor --- Creio, por isso confesso.
O cristianismo sempre teve suas confissões de fé.
As fórmulas instituídas no batismo e na ceia pelo nosso Senhor já eram credos.
“Onde há fé, há também profissão de fé. Assim como a ‘fé sem obras é morta’, podemos então dizer que a fé sem confissão é morta também.”(Philip Schaff, The Creeds of the Christendom, Baker, Vol I, pg 5)
** Os judeus usavam Deuteronômio 6:4-6 como a profissão de fé mais básica e essencial.
Os primeiros credos do cristianismo saíram dos lábios de João Batista e Pedro:
Jo 1:29-30 29 No dia seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! 30 Este é aquele a quem eu me referi, quando disse: Vem depois de mim um homem que é superior a mim, porque já existia antes de mim.
Mt 16:15-16 "E vocês? ", perguntou ele. "Quem vocês dizem que eu sou?" 16 Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo".
Assim foi sendo criada a confissão batismal. Com base em Mateus 28, os novos convertidos professavam crer no Deus Pai, Filho e Espírito Santo.Com o tempo mais coisas foram acrescentadas as confissões.
CONTROVÉRSIAS:
Devido ao surgimento de controvérsias teológicas com respeito ao significado da Palavra, foi necessário o surgimento de declarações formais sobre o significado da fé cristã.
Assim os credos surgiram para guardar a pureza da igreja e regular a pregação.
III – A AUTORIDADE DOS CREDOS:
Nas comunidades protestantes a autoridade dos símbolos é sempre relativa e limitada, pois é de composição humana.
O credo deve estar sempre SUBORDINADO as Escrituras, pois só a Bíblia é infalível e inerrante!
Nas igrejas católicas romanas os credos são TÃO importantes quanto a Palavra de Deus em si. Muitas vezes as Escrituras estão subordinadas aos credos católicos.
Isso é chamado de Simbolatria – quando o símbolo (o credo) é idolatrado!
“A Bíblia vem de Deus; a Confissão é uma resposta de homens para com a Palavra de Deus. A Bíblia é a norma normans; a Confissão é a norma normata. A Bíblia é a regra de fé (regula fide); a Confissão é a regra de doutrina (regula doctrinae).” (Philip Schaff, The Creeds of the Christendom, Baker, Vol I, pg 7)
IV – VALOR E PROPÓSITO DOS CREDOS:
Em dias em que o relativismo permeia toda esfera da sociedade, as pessoas desprezam tudo que traz confronto as diferentes filosofias e as igrejas querem cada vez mais atrair a todos, os credos são de benefícios imensos para a igreja de Cristo.
Eles:
1 - São ótimos resumos doutrinários. Ajudam a saber o tipo de igreja que você está frequentando.
2 - Unem aqueles que asseguram as mesmas crenças.
3 - Protegem a igreja de falsas doutrinas e práticas.
4 - Distinguem os cristãos de outras religiões.
5 - São ótimos instrumentos de ensino.
Os credos servem como declaração de fé, proteção e regulação da igreja!

V – O CREDO APOSTÓLICO:
A – DATA DE ORIGEM:
O Credo Apostólico, ou Symbolum Apostolicum é o credo mais antigo do cristianismo. É muito difícil estabelecer uma data exata para a composição desse credo.
LENDAS:
1 - Até a metade do século dezessete era corrente a crença da cristandade romana católica e protestante de que o Credo Apostólico foi 'membratim articulatimque' composto pelos apóstolos em Jerusalém no dia de Pentecoste, ou antes de sua separação para assegurar unidade de ensino, cada um contribuindo com uma afirmação (por isso a, de certa forma arbitrária, divisão em doze afirmações). Pedro, sob inspiração do Espírito Santo, começou: 'Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso;' André (de acordo com outros, João) continuou: 'E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;' Tiago o mais velho prosseguiu: 'Que foi concebido pelo Espírito Santo;' então continou João (ou André): 'Sofreu sob Pôncio Pilatos;' Filipe: 'Desceu ao Hades;' Tomé: 'No terceiro dia levantou-se dos mortos ;' e assim continua até Matias completar o trabalho com as palavras 'vida eterna. Amén.'
2 – Alguns diziam que foi o próprio Jesus quem instituiu o Credo Apostólico durante os dias que antecederam a Sua ascensão.
O Credo Apostólico foi sendo composto aos poucos e não podemos traçá-lo a um único autor ou a uma data exata.
Há diferença entre o credo romano original, como foi dado por Rufino em Latim (cerca de 390 D.C.) e por Marcellus em Grego (336-341 D.C), e a forma recebida do Credo Apostólico, que chegou ao uso geral no sétimo ou oitavo século. As adições estão entre colchetes.
A forma Romana AntigaForma recebida
1. Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso1. Eu creio em Deus Pai Todo-Poderoso [Criador dos céus e da terra].
2. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;
3. Que nasceu pelo Espírito Santo da Virgem Maria;3. Que foi [concebido] pelo Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria;
4. Foi crucificado sob Pôncio Pilatos e foi sepultado;4. [Padeceu] sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, [morto] e sepultado
[Desceu ao Hades];
5. Ao terceiro dia levantou-se dos mortos;5. Ao terceiro dia levantou-se dos mortos;
6. Ascendeu aos céus; e sentou à direita do Pai;6. Ascendeu aos céus; e sentou-se à mão direita de [Deus] Pai [Todo-Poderoso];
7.De onde virá para julgar os vivos e os mortos.7. De onde virá para julgar os vivos e os mortos.
8. E no Espírito Santo;8. [Eu creio] no Espírito Santo;
9. Na Santa Igreja;9. Na Santa Igreja [Católica];
[Na comunhão dos santos];
10. No perdão dos pecados;10. No perdão dos pecados;
11. Na ressurreição do corpo (carne).11. Na ressurreição do corpo (carne);
12. [E na vida eterna]
Fonte: http://www.e-cristianismo.com.br/pt/documentos/51-credo-apostolico-phillip-schaff
Justino (cerca de 100-165 d.C.), outro mártir antigo, disse em sua Apologia (I.61.10 ss ) que entre os cristãos no batismo se pronunciava “...em nome do Pai do universo e Deus soberano... em nome de Jesus Cristo, que foi crucificado sob Pôncio Pilatos, e em nome do Espírito Santo.” Também Irineu (bispo de Lyon, cerca de 175-195 d.C.) disse em sua obra Adversus Haereses: “A Igreja... recebeu dos apóstolos e seus discípulos a fé em um Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra... e em um Espírito Santo, o qual através dos profetas proclamou... e no nascimento virginal, a paixão, e a ressurreição de entre os mortos, e a ascensão em carne ao céu do amado Cristo Jesus, nosso Senhor,e seu retorno do céu na glória do Pai, para recapitular toda as coisas e ressuscitar toda a carne de toda a raça humana.” Estas são amostras de que a linguagem do Credo estava na boca da Igreja desde os tempos antigos. Homens como Irineu (cerca 175-195 d.C.) e Tertuliano (cerca 160-215 d.C.) conheceram o Credo, afirmando que procedia do tempo apostólico. Isto é confirmado pelas versões do Credo que podem ser vistos nos escritos de Inácio (morto cerca de 98-115 d.C.), Justino (cerca 100-165 d.C.), Hipólito (cerca 215 d.C.), Cipriano de Cartago (250 d.C.), Novatiano de Roma (250 d.C.), Orígenes (185-254 d.C.) e Agostinho (400 d.C.). O Credo de Nicéia (325 d.C.) nada mais é do que uma elaboração mais detalhada do Credo Apostólico.
Podemos concluir que o Credo Apostólico é o credo mais antigo! Muito do seu conteúdo já era professado no primeiro século de nossa era.
B – O NOME:
O nome Credo Apostólico é utilizado não porque foram os apóstolos que elaboraram e publicaram esse material, mas porque todo o conteúdo dele é baseado nos ensinos dos apóstolos.
O conteúdo do Credo Apostólico foi estabelecido nas doutrinas dos apóstolos de Jesus!
C – A IMPORTÂNCIA PARA A IGREJA:
O Credo Apostólico é também conhecido como o Credo dos Credos.
Lutero disse, “A verdade cristã não poderia ser colocada de forma tão curta e clara como ela é sentenciada no credo apostólico.”
1 – É o melhor e mais popular resumo da doutrina cristã.
2 – Ele une as igrejas cristãs – sendo um credo católico (universal).
3 – Ele protege as igrejas de heresias.
Em dias em que as igrejas se tornam cada vez mais pluralistas, rejeitam todo tipo de verdade absoluta, rejeitam divisões e se orgulham da falta de confissões de fé, o credo é uma arma importantíssima na luta para manter a igreja de Jesus saudável e forte.